27.6.06

Cheira bem! Cheira a ...

Outro dia estávamos a comentar o facto de uns amigos nossos terem regressado de férias da Tunísia, quando nos lembrámos do cheiro daquele pais. Estivemos lá há 11 anos. Assim que a Zuka saiu do avião, parou no topo das escadas e disse, puxando memórias antigas de criança:

- Cheira a Angola...cheira a África.

Era o retornar àquele continente, após muitos anos.....

Era um cheiro quente, forte, a vegetação e animais, um cheiro de África. Eu, prestes a pisar pela primeira vez aquele continente, nunca tinha experimentado. Mas havia outro cheiro que só mais tarde conseguimos identificar: jasmim.

A Tunísia cheira a Jasmim e Angola. Portugal também deve ter o seu cheiro caracteristico. Nós como vivemos cá, já não o sentimos.

Foi só um passo até a conversa evoluir para identificar qual o cheiro de cada local onde já tinhamos estado.

- A França cheira a floresta

- Paris cheira a Chanel nº 5 (É a brincar!) O metro de Paris cheira a borracha e revolução industrial.

- Veneza cheira a mofo e abandono

- O Egipto cheira a pó de pedra

- Los Angeles cheira a poluição

- O México cheira a especiarias

- A Suiça cheira a bosque e neve fresca

- San Diego cheira a praia e a sol

- Outros locais não têm cheiro definido

E claro, a Holanda cheirou a vitória. A Inglaterra nunca fomos…

20.6.06

Etrusquices...



Os Etruscos viveram entre os séculos VII e II A.C. no que é ainda hoje uma das mais belas regiões da Europa: A Toscania, na Itália.

Deles, por intermédio dos Romanos que os conquistáram, chegou-nos algumas das coisas que são a base da nossa cultura. Entre elas a palavra “persona” que está na origem da nossa palavra e conceito de pessoa e personalidade, o que não é por acaso.

Estes Etruscos eram gajos giros…

Enquanto que no resto das civilizações do mediterrâneo as mulheres estavam abaixo do mobiliário, em termos sociais, os etruscos tinham uma relação de quase igualdade entre os sexos.

Sabemos que as aristocratas tinham propriedades, tomavam decisões sobre bens e pessoas, sabiam ler, andavam a cavalo e participavam na vida social e política, ao lado do seu marido, o qual (para grande escândalo de Gregos e Romanos) aparentemente seria escolhido e não imposto pela familia. Pasme-se!

A cereja em cima do bolo era que elas também participavam com os maridos nos simpósios (jantaradas em casa de amigos...), actividade central na vida social e política, ferozmente reservada aos homens (e às prostitutas...) entre os Gregos, o que arruinou a sua reputação junto destes e dos Romanos.

Daí estas tampas de sarcófagos (ver imagem acima) que aparecem em quase todos os túmulos etruscos que representam o casal reclinado durante um simpósio.

Em igualdade, cada um com a sua personalidade, continuando no além aquilo que mais gostavam de fazer em vida: Estarem juntos.

Não deixa de ser interessante que sempre que as mulheres sejam (ou possam ser) independentes económica e socialmente, o casal e os sentimentos a ele associados emergem.

Outro dia estávamos a ver um documentário acerca da química (no sentido literal) da atracção e a dada altura diziam várias coisas muito interessantes:

- Que a probabilidade de haver uma atracção (se quiserem chamem-lhe amor...) à primeira vista é mais elevada se ambos estiverem envolvidos em qualquer actividade física na altura em que se vêem pela primeira vez. (O que connosco bate certo!)

- Que o tempo de paixão (ou melhor as descargas químicas associadas a ela) dura de 18 a 24 meses (tempo suficiente para o nascimento de um filho)

- Que a maioria das relações sofre um arrefecimento por altura do 4º ano.

- Que casais que faziam coisas excitantes e fisicamente exigentes para ambos, tinham maiores probabilidades de continuar juntos por mais tempo, do que outros que se limitavam a fazer coisas só agradáveis (ir ao cinema, almoçar todos os sábados em casa da sogra, fazer o passeio dos triste aos domingos...) ou de outros casais que não faziam nada juntos.

Moral da Historia:
Peguem no/a vosso/a mais que tudo e façam alguma coisa excitante, atrevida e divertida com ele/ela! Não interessa o quê! Decidam e façam. Não liguem á vossa idade ou se parece bem ou mal.

Subam uma montanha, desçam um rio, façam uma luta de almofadas ou de comida, joguem às escondidas nos bares da moda, passeiem de mota pela costa Alentejana, vão dançar até de madrugada, façam um strip privado, raptem-se por uma noite para um motel, tenham aulas de dança de salão, saltem de pára-quedas, vão de férias à boleia de mochila às costas ou tentem encontrar uma camisa de tamanho M durante os saldos.

Qualquer coisa que ambos achem que constitua um desafio e que seja divertido. Mas façam-no!

E pode ser que continuem juntos para sempre, como aqueles dois...

9.6.06

Patrícia


Era loura e tinha uns olhos em amêndoa, que lhe dava um ar selvagem.

Ela andava noutra turma e já nem me lembro como é que reparei nela... Rebuscando nas memórias acho que é capaz de ter sido no refeitório. Também uma pessoa com 12 anos ainda não sabe reter aquilo que vai ser importante.

Eu estava no 2º ano da Preparatória e estava muito bem! Pela primeira vez gostava de ir à escola, que era um sitio arejado, amplo, moderno e não aquele edifício escuro e labiríntico , quase Hogwarthiano, que era a Voz do Operário. A Eugênio dos Santos era completamente diferente!

Foi aí que tive os meus primeiros amigos, daqueles que nos escolhem para os trabalhos de grupo, mesmo quando nós ficamos, de propósito, quietinhos no nosso canto. Daqueles que nos convidam para as festas de anos (mas não iam às minhas... Fazer anos em Agosto é lixado!) Daqueles que nós, na nossa ingenuidade de 12 anos, acreditamos de vamos ter para toda a vida.

Também foi aqui que comecei a conviver com raparigas. Até então tinha feito toda a primária em turmas só de rapazes (Obrigado, Estado Novo!...) Na Preparatória descobri que havia outras raparigas para além da vizinha do lado ou da ocasional irmã do pessoal lá da rua.

A minha primeira impressão é que elas tinham uma letra esquisita, assim redondinha e muito certinha e todas tinham a mesma letra que escreviam nos mesmo cadernos cor-de-rosa ou às florzinhas. Para além disso gritavam muito, eram aplicadas nas aulas e não jogavam à bola, apesar de andarem em bando como nós.

Mas eram giras...

Eram tremendamente giras com aqueles cabelos compridos e uns olhos completamente diferentes dos nossos. Como os da Patrícia...

A Patrícia... Passei o ano lectivo todo a adorá-la de longe. Nunca lhe falei, apesar de o ter podido fazer em duas ou três ocasiões. Descobri-lhe o nome através de um colega que tinha um amigo na turma dela, mas nem mesmo assim arranjei coragem para lhe falar. E se a tivesse diria o quê?
Por isso limitava-me a adorá-la de longe. A dada altura a coisa passou a ser tão óbvia que já a escola toda sabia e ela passou a olhar para mim. Ás vezes ria-se ou sorria, o que me fazia disparar o coração a mil à hora, como quando eu ia apanhar uma bola que tinha ido parar (nem sempre por acaso...) mais ao pé dela.

No último dia de aulas, ao sair do portão, um amigo disse-me:
- Agora nunca mais a vês...
- Pois não! – disse eu sem olhar para trás.

Passados dez, talvez doze anos estava eu a passear no calçadão da Costa da Caparica, no meio da multidão que ia ou vinha da praia e vejo-a. Apesar do tempo passado, reconheci-a imediatamente e novamente o meu coração disparou. Um minuto depois ela já tinha desaparecido. Paralisado, também não lhe disse nada.

Foi nesse dia que aprendi que, apesar do tempo não voltar para trás, a vida dá-nos sempre uma segunda oportunidade. Se a agarramos ou não, já é outra coisa.

6.6.06

ARMAGEDDON

Pessoal!
Hoje é o fim do mundo!

6/6/06!

O numero da Besta, o dia do Mafarrico, o Belzebu vai aparecer por ia e acabar com o mundo! PIMBA! O Armagedão em toda a sua gloria e não é o do filme!
Vamos todos para casa, que com estas coisas mais vale não brincar.
Eu sei do que falo, que já sobrevivi a dois fins do mundo. Um foi em 1998 que o mundo ia acabar por causa de uma profecia do Nostradamus. Não me lembro exactamente da profecia, mas devia ser mesmo má para dar cabo do mundo.
Depois foi o fatídico ano 2000, em que um Bug gigantesco surgiria no céu da meia noite e comia o mundo á dentada, como se fosse uma folha de alface Lembro-me bem de no dia seguinte ir ao trabalho fazer testes, a ver se o Bug tinha comido alguma coisa e apesar de as ruas estarem desertas, não vi sinais do bicho e tudo me pareceu intacto.
Mas agora é que é mesmo a sério!
Fujam! Fujam todos!!!
Vão todos para casa, agarrem-se aos vossos respectivos e façam amor (eu estava para pôr aqui “fodam” mas isto é um blog familiar) como se não houvesse amanhã.
É que pode não haver mesmo...

1.6.06

Donas de Casa Desesperadas


Tenho observado uma coisa gira nas minhas colegas de trabalho.
Eu conheci a maioria delas há coisa de 7 ou 8 anos, quando estávamos todos num mesmo edifício. Depois, compras, fusões e confusões resultaram em sermos dispersos por vários edifícios e assim perdemos o rasto uns dos outros. Desde há um ano, também por causa de mais compras e fusões (e viva o capitalismo globalizador!) voltamos a encontrar-nos
Estavam completamente mudadas!
Há 7 anos atrás só faltava irem de pantufas e rolos no cabelo para o trabalho, hoje aparecem aqui todas produzidas, como se não houvesse manhã, prontas a sair directamente do escritório para a discoteca.
Apesar de estarem biológicamente mais velhas, parecem mais novas. Se no passado eram apáticas e antipáticas, hoje são dinâmicas e simpáticas. Uma transformação radical!

O que é que mudou então, nestes anos?
Muito simples: Divorciaram-se!

É como se o divorcio as tivesse feito renascer, como se lhes desse anos de vida, ou uma nova oportunidade que agora não querem deixar escapar.
Passada a tempestade do longo processo de separação tomaram a vida nas suas mãos e agora aproveitam-na até ao tutano.
Só é pena que não o tenham feito, ou podido fazer, no casamento... Mas isso é outro movi!