22.2.07

My Way


Take one
Pararam na última esquina. Aquela onde os caminhos se separavam.
- Lembras-te no nosso primeiro jantar? – Perguntou ele.
- O nosso primeiro, a dois?
- Sim… Aquele em que depois andamos a pé 3 horas por Lisboa à noite e não estivemos calados um minuto.
- Sim… – Disse ela com um sorriso
- E repara neste, comido em meia hora, seguido de meia hora de silêncio até aqui.
Ela sorriu e encolheu os ombros.
Estavam agora lado a lado, mas cada um virado para a direcção que iria seguir. Ela pegou-lhe na não, um pouco a medo. Deram um aperto de mão e ele puxou-a para um abraço. Ficaram assim agarrados com força, por tudo o que foram e por aquilo que poderiam ter sido. Depois afastaram-se, deram um último beijo, desejaram-se felicidades e cada um seguiu o seu caminho.


Take Two
Este blog já fez dois anos algures este mês. Isto para a blogosfera, onde tudo é muito rápido é como ter 200 anos na vida real, que por sinal foi a idade que já me deram, e se calhar com razão. Durante este tempo o Citizen Zuko foi um prolongamento de mim, muito para alem de um vício, era MESMO uma parte física de mim. Vi aparecer e desaparecer fenómenos de criatividade e portentos da escrita. Vi recordes de visitas em blogs e de vendas em livrarias. Li milhares de comentários e devo ter feito outros tantos. Conheci dezenas de pessoas e essa é, claramente, a melhor parte que daqui levo.

Take Three
Já não escrevo com a mesma frequência ou garra de antigamente, já não respondo aos comentários em cima da hora… Estou cansado deste formato de blog e desta “linha editorial” que criei e à qual tentei manter-me fiel. Os motivos e temas que me levaram a criar o Citizen, assim como o próprio nome de Zuko (ou Zuco, é indiferente!) já não fazem sentido na minha realidade actual. Como já nem nick, nem blog fazem todo o sentido que deviam fazer…

Minhas senhoras e senhores, caríssimas comentadoras e comentadores, digníssimas leitoras e leitores, público em geral…

Este blog termina aqui!

Final Take

My way – Frank Sinatra

And now, the end is here
And so I face the final curtain
My friend, I'll say it clear
I'll state my case, of which I'm certain
I've lived a life that's full
I traveled each and ev'ry highway
And more, much more than this, I did it my way

Regrets, I've had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do and saw it through without exemption
I planned each charted course, each careful step along the byway
And more, much more than this, I did it my way

Yes, there were times, I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all, when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all and I stood tall and did it my way

I've loved, I've laughed and cried
I've had my fill, my share of losing
And now, as tears subside, I find it all so amusing
To think I did all that
And may I say, not in a shy way,
"Oh, no, oh, no, not me, I did it my way"

For what is a man, what has he got?
If not himself, then he has naught
To say the things he truly feels and not the words of one who kneels
The record shows I took the blows and did it my way!

Yes, it was my way


PS: Se tiveram a paciência de chegar até aqui então parabéns que acabam de ser convidados para a festa de encerramento do Citizen Zuko, este sábado no Blues! Estejam lá a partir da meia-noite que eu também lá estou

PPS: Claro que vou ter outro blog! Procurem e encontrarão…
E não se esqueçam: Laife isa movi! Oloais si gude moves!

13.2.07

Entrevista com o Vampiro


Take One
Ontem. Por ai…
Há pessoas que nos sugam completamente.
Pessoas cuja simples presença nos faz sentir tristes ou irritados. Que nos tiram toda a energia e sem uma palavra nos atiram para o mais fundo das depressões e desespero.
Há pessoas que se alimentam da nossa alegria e força de viver. Que nos procuram com falinhas sedutoras e olhos grandes, que nos cativam com gestos e desempenhos de excepção para nos prender na sua teia e de nós se alimentarem.
Há pessoas muito tristes…


Take Two
Hoje. Por ali.
Nenhuma relação humana é neutra. Sempre que duas pessoas interagem, sempre que falam ou actuam, depois dessa interacção terminar, uma de duas coisas acontece: Ou nos sentimos melhor ou nos sentimos pior. Mesmo quando achamos que ficámos na mesma, na realidade sentimo-nos pior por causa da expectativa criada e gorada de ficarmos melhor. Se eu falar com alguém que me aqueça (que me faça rir ou pensar, por exemplo) sinto-me bem. Se falar com alguém frio (que me ignore ou desvalorize, por exemplo) sinto-me mal.
No fundo é um pouco como uma troca de energia, de calor. Humano, claro!

Take Three
Amanha. Em todo o lado!
A relação entre duas pessoas é algo que é exterior a essas pessoas. É produzido e influenciado por elas, mas é-lhes exterior.
Imaginem dois blocos frente a frente. As faces de cada bloco são irregulares, têm altos e baixos e por isso inicialmente os blocos só se tocam em alguns pontos.
Quando conhecemos uma pessoa só temos alguns pontos em comum. Instintivamente comparamos uma lista de encaixes com as da outra pessoa e com isso decidimos se continuamos ou não com a relação e que forma ela vai tomar.
Depois, com a continuação, os espaços entre os dois blocos vão sendo preenchidos. Isso é a relação.
A relação é o espaço vazio entre duas pessoas que é cheio por elas à media que se vão relacionando.